Poderíamos dizer que a nossa mente funciona como um telefone celular. Haverá momentos em que a companhia telefônica ligará para oferecer seus produtos, os pensamentos, porém nós, com o livre arbítrio, podemos simplesmente ouvir o que a companhia telefônica tem a oferecer, perceber que não necessitamos de seus serviços, agradecer e desligar o telefone. Assim são nossos pensamentos, nós não somos obrigados a engajar ou a acreditar em todos eles. Precisamos primeiro observá-los e refletir: “esse pensamento é realmente necessário neste momento? Preciso acreditar nele? Ele é baseado na verdade?”. Se ele não tiver nada de bom para oferecer, simplesmente agradeça e desligue o telefone
Contudo, nós vivemos aceitando todas as propostas das companhias telefônicas e acumulando diversas dívidas para pagar. Pensamento após pensamento que fomos aceitando e acreditando acabaram criando esse acúmulo de condicionamentos mentais, conhecidos no hinduísmo como samskaras. Chega um momento em que simplesmente pifamos de estresse, depressão, ansiedade e ataque de pânico, pois não fomos criados para sustentar tantos pensamentos e emoções ao mesmo tempo sem descanso.
É necessário discernimento, sabedoria e conhecimento para poder lidar com a mente, diferenciar o necessário do desnecessário, o verdadeiro do falso, o real do irreal e permanecer apenas com o que provém da verdade. Não somos obrigados a ficar nesse transe com a mente, podemos dizer não para as propostas oferecidas e nos livrar dessa conta enorme que estamos pagando com nossas vidas, pois quanto mais pensamentos e crenças temos, ou seja, quanto mais permanecemos no mundo da lua, no mundo da mente, menos vivemos. Desligados da realidade, a vida passa despercebida.
É necessário perder o vínculo com os contratos feitos com a mente. Deixe-a no canto dela, você tem o seu próprio canto, cheio de paz, amor, harmonia e desapego. A mente terá o momento dela, não o tempo todo como normalmente acontece.