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Por Rupert Spira, Os três estágios da realização.

Primeiramente, o que eu sou? Eu sou obviamente aquilo que está consciente da minha experiência. Eu estou consciente dos meus pensamentos, das minhas emoções, dos sons das ondas e a visão do mar, eu estou consciente do gosto do chá, eu estou consciente, eu estou consciente, eu estou consciente. Isso permeia toda a experiência, e está sempre preente em todas as experiências.

Porque me levou 20 anos para reconhecer esse simples fato de que o que essencialmente sou é simplesmente a presença da consciência? Eu não posso te dizer exatamente, foi apenas a ´´preparação´´ que eu precisava, eu estava ocupado tentando acalmar minha mente, tentando purificar o ego-corpo-mente, esses tipos de práticas.

Então, em algum ponto, esse reconhecimento se apresentou claramente, Eu sou aquilo que está consciente da minha experiência, através da qual todas as experiências objetivas são conhecidas, porém, essa própria consciência não pode ser conhecida como uma experiência objetiva. Foi algo tão simples e óbvio, você não precisa de 20 anos de preparação para compreender isso, você pode dizer isso para qualquer pessoa na rua, e se elas forem abertas e dispostas a explorar a experiência delas, não levará muito tempo para compreender que elas são consciência.

Então, a primeira etapa é que eu sou obviamente e essencialmente a consciência, porém, qual é a natureza dessa consciência, parece estar localizada na mente, olhando através dos olhos. Então a segunda exploração não é algo tão direto como a primeira realização, é óbvio, que aquilo que eu chamo de Eu, o que nós estivemos chamando de Eu a vida toda é aquilo que está consciente de todas essas experiências. E parece tão óbvio para nós para começar, que esse Eu, essa consciência, está localizada no corpo e compartilha os limites do corpo. POr exemplo, nós fechamos nossos olhos e não podemos mais ver o mundo, então nós achamos que é óbvio que aquilo que está vendo o mundo está localizado na cabeça, atrás dos olhos, eu fecho os olhos e não vejo mais o mundo. Parece ser perfeitamente lógico acreditar e sentir que eu vivo aqui, atrás dos olhos.

Então essa investigação da natureza da consciência é uma próxima etapa, o segundo estágio depois do reconhecimento de que eu sou a consciência. E isso me levou algum tempo, foi durante o período de alguns anos, depois que eu conheci meu professor Francis, teve esse período muito intenso, eu estava muito envolvido, cada momento livre que eu tinha eu estava explorando, qual é a natureza da consciência que percebe as experiências? Parece ter evidências de ser temporária e finita, parece ter evidências que ela compartilha o destino e os limites do corpo. Porém, quando eu olhei por essas evidências, quando eu olhei para a experiência não-objetiva de simplesmente ser consciênte, eu não encontrei nehuma qualidade objetiva lá, era uma experiência inquestionável. Cada um de nós aqui sabemos que Eu Sou consciente, então a experiência de ser consciência é uma experiência, porém é uma experiência única pois não há qualidades objetivas como um pensamento, uma emoção, uma percepção. E por ser sem qualidades objetivas não tem limites, nem no tempo nem no espaço. Eu estou descrevendo agora racionalmente, porém a experiência dessa descoberta de a consciência que Eu sou, não tem limites, é algo que podemos apenas realizar. E isso trás uma grande libertação da sensação de tempo e espaço. Libertação da crença do tempo, de que eu nasci e irei morrer, e a libertação do espaço, que eu não sou finito, eu sou infinito e a consequência experiencial dessa descoberta é que eu sou completo, eu sou total, isso trás um fim a sensação de falta. Então Essas duas descobertas, que eu não sou localizado no tempo, eu não nasço nem morro, isso poe um fim no medo da morte, e essa descoberta de que eu consciência não preciso de nada da mente, do mundo, do corpo, isso põe um fim na sensação de falta. Esses são os dois sentimentos essenciais do ego, o medo da morte e a sensação de falta e todas as atividades do eu separado giram em torno, atividades designadas para fugir do medo da morte e para trazer sensação de completude. É isso o que todo mundo que acredita ser um eu separado está fazendo na vida. Então esse reconhecimento de que eu sou sempre presente e sem limites nos proporciona uma maneira de viver que não há mais falta.

E essa descoberta de que eu sou consciência, é uma descoberta finl, ela não se desenvolve, eu sou obviamente aquilo que está consciente, e depois o reconhecimento de que aquilo eu eu sou não tem limites, também é uma experiência não-objetiva, é um reconhecimento, é claro, o que eu essencialmente sou é sem limites. Isso é um reconhecimento que não há mais como voltar atrás.

Porém, também há um último processo, que é um processo sem fim, que é como viver essa compreensão, como isso afeta a maneira que pensamos, vivemos, reagimos, nos relacionamos com as outras pessoas, esse é o terceiro estágio, que acontece durante toda a vida, que é a colonização da experiência com a compreensão de que eu eu sou consciência. É a arte da vida. Viver a vida, todos os campos de uma maneira que seja consistente e seja uma expressão dessa realização.

Na realidade, nessa terceira possibilidade, não há mais distinção entre consciência

e os objetos aparentes, não há objetos, nessa terceira possibilidade, há apenas

esse saber luminoso, nunca entrando em contato com algo além de si mesma,

conhecer e ser, apenas.

Nunca sabendo ou entrando em contato com qualquer objeto, ou outro,

Não saber um objeto ou outro é o que nós chamamos de amor,

Nós podemos sabe que esse saber é , ser, conhecer, e amar, a si mesmo, apenas.

Nessa terceira possibilidade não há mais sujeito e o objeto, para experienciar,

consciência e o objeto, não mais um dentro ou fora, longe ou perto, não mais

duas coisas, (advaita, NÂO-DOIS) uma consciÊncia, indivisivel, imutável, intima e

inteira, feita desse saber luminoso, saber, conhecer, e amar a si mesma, apenas.

Então nós somos livres, completamente livres para escolher qualquer uma dessas

possibilidades a gente preferir, e a nossa experiência vai aparecer em acordÃncia

com essa escolha.

Todas experiencias, independente se prazeirosas ou não, aparecem na

consciência, são conhecidas pela consciência, e feitas de consciência.

Deixe tudo te lembrar disso, não apenas inteletualmente, mas te levar a essa

realização.

Essas são os três passos essenciais no caminho espiritual

Primeiro, Eu sou consciência

Segundo, Essa consciência que eu sou é sem limites, indivisível, plena, em paz, puro, aonde tudoaparece e é conhecido

Terceiro, tudo que aparece na consciência é feito de consciência ,

Tudo o que resta quando esses três passos foram vistos claramente, é tentar viver nossa

vida com uma maneira que seja consistente com essa compreensão. pensar, sentir, agir e

perceber através desse entenedimento. De uma maneira que seja consistente com essa

nova perspectiva.

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