Muitas pessoas confundem que estar nesse estado de total entrega e repouso é um estado de “preguiça” ou “irresponsabilidade”, porém isso é um mal entendido(na Índia, esse ato de sentar-se em repouso silencioso é visto como algo exemplar). Pois quando você entrega-se ao repouso absoluto, você ainda está completamente consciente, ou melhor, entregue a consciência.
Entregar-se ao absoluto não é uma inconsciência, e muito menos entrar em um sono profundo o qual você não sabe o que está acontecendo, pois ainda existe uma vitalidade graciosa que é completamente clara e desperta.
Assim como eu falei antes sobre o ego sem ego, agora compartilharei outro novo paradoxo, e ele trata-se de: “Esforço sem esforço”.
Eu compreendi logo no início que existia um certo esforço para não estar esforçado, e este é um esforço entregue, o qual há o mínimo dele para permanecer em um estado de total equilíbrio. Porém, ele não é forçado, apenas simplesmente natural.
A meditação tem que ser viva e exprimir uma sensação de vitalidade, clareza e resultados positivos, esta que você sente completamente que tudo aquilo faz absolutamente sentido. Mas é claro, não fique procurando por isso, porque isso iria apenas lhe distanciar de tudo. Logo, tudo precisa ser natural, pois se trata de um esforço sem esforço. Desta forma, nós não estamos dormindo, e nem meditando de maneira preguiçosa, mas sim despertos, conscientes e sobre certa perspectiva inconscientes. Eu poderia falar que é uma consciência “inconsciente”, no sentido de ser impessoal e não subjetiva, já que é quando a consciência retorna a si mesma, não apenas a sua auto-reflexão, pois não existe uma pessoa, apenas a sua existência.
Cada um de nós terá que compreender o que isso significa em nosso próprio tempo. Porém, perceba que tudo isso já é natural em você, em seu coração, e consciência. Se trata apenas de um ato de reconhecer e se entregar.
Existem pessoas que fazem tanto esforço durante a meditação que chegam a apertar os seus olhos, franzir suas testas, unir suas mãos e tencionar todo o corpo e a psique. Mas, a meditação é estar em total equilíbrio, esta que causa vivacidade e clareza, pois tudo está fazendo completamente sentido.
Sabe quando você está em um momento em meio à natureza, e esquece de si mesmo e está completamente imerso na existência, a ponto de não haver distância entre você e o que está vendo? Onde você percebe apenas a vida existindo? Isso é a verdadeira meditação.
Retirado do livro Práticas espirituais sagradas, por Willy Mouna.
Comments